‘BioFemme’: projeto incentiva estudantes a se tornarem cientistas em cidades da Bahia

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‘BioFemme’: projeto incentiva estudantes a se tornarem cientistas em cidades da Bahia

Iniciativa tem o objetivo de reduzir desigualdades de gênero nas áreas de ciências exatas, engenharias e computação.

Por g1 BA

https://g1.globo.com/ba/feira-de-santana-regiao/noticia/2025/09/28/conheca-projeto-incentiva-estudantes-a-se-tornarem-cientistas-em-cidades-da-bahia.ghtml

Um projeto educacional de Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, tem transformado a realidade de alunas da rede pública em diferentes regiões do estado ao aproximá‑las do universo da ciência, tecnologia e pesquisa em energias renováveis. O BioFemme – Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação tem como objetivo incentivar a formação, permanência e ascensão de meninas e mulheres em carreiras científicas e tecnológicas.

Lançado oficialmente em novembro de 2024, o projeto nasceu do incômodo da engenheira química e pesquisadora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Carine Tondo Alves, diante da desigualdade de gênero nas áreas científicas e tecnológicas.

Com duração prevista de 36 meses, o projeto, executado pela UFRB em parceria com instituições como a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Senai Cimatec e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba), conecta alunas do ensino fundamental e médio à pesquisa científica, com foco em biomassas e energias renováveis.

As estudantes participam de oficinas, experimentos, visitas técnicas e projetos práticos baseados na realidade das comunidades onde vivem. Ao g1, a pesquisadora Carine Alves explicou a linha de pesquisa das estudantes.

“Realizamos a avaliação, coleta, caracterização e identificação de diferentes tipos de biomassas do nosso estado — sejam elas agrícolas, florestais ou mesmo resíduos sólidos. Estudamos suas propriedades físicas, físico‑químicas e biológicas para compreender seu potencial de uso na produção de biocombustíveis (como biogás, bioetanol e biodiesel) e também na geração de bioprodutos”.

🍃 Entre os destaques, está uma pesquisa sobre o aproveitamento da casca de cacau — resíduo comum na Bahia — para a produção de biogás e biofertilizantes.

🍃 Outro exemplo é a análise do sisal, um tipo de fibra vegetal, na fabricação de bioprodutos sustentáveis, capazes de gerar impacto ambiental e econômico positivo.

Segundo a coordenadora, o projeto tem como metas:

  • ampliar o acesso de meninas à ciência;
  • oferecer oportunidades de formação em áreas historicamente ocupadas por homens.

“Esses estudos são essenciais para determinar a eficiência energética, o rendimento dos processos e, principalmente, a sustentabilidade do aproveitamento desses materiais, contribuindo para soluções que impactam positivamente a vida das comunidades do interior.”

Inclusão na pesquisa

Para Carine Alves, além do estímulo à pesquisa, o projeto pode contribuir para fortalecer o sentimento de pertencimento entre as participantes e ampliar o acesso de meninas e mulheres a espaços acadêmicos e científicos.

“Para as mulheres, especialmente negras e do interior da Bahia, ele representa oportunidade, pertencimento e empoderamento. Para a ciência, significa diversidade de olhares, inovação e novas perspectivas para enfrentar desafios globais, como a transição energética e as mudanças climáticas”.

👩🏾‍🔬 Além de despertar o interesse pela pesquisa, o BioFemme também oferece oportunidades. Atualmente, a iniciativa conta com 35 bolsas de Iniciação Científica Júnior, voltadas a estudantes do ensino médio, além de duas de pós‑doutorado e sete de apoio técnico. Todas as bolsas já estão ocupadas por meninas e mulheres em diferentes níveis de formação.

👩🏾‍🔬 As atividades são conduzidas por professoras tutoras locais e acompanhadas por uma equipe interdisciplinar das universidades parceiras, que realizam visitas às escolas. Cada cidade participante desenvolve ações específicas, de acordo com suas demandas.

Com mais de 100 alunas participantes, o BioFeme atua em sete cidades baianas, sendo elas:

  • Feira de Santana – Centro Estadual de Educação Profissional Áureo de Oliveira Filho
  • Feira de Santana – Colégio Estadual Teotônio Vilela
  • Amargosa – Colégio Estadual Santa Bernadete
  • Araci – Centro Territorial de Educação Profissional de Araci (Cetep)
  • Cansanção – Colégio Estadual Senhor do Bonfim
  • Itabuna – Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães
  • Teofilândia – Colégio Estadual Teofilândia

Estudantes matriculadas nas escolas contempladas pelo projeto que queiram participar podem entrar em contato pelas redes sociais oficiais do BioFemme ou pelo e‑mail biofemme@gmail.com.

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