Setembro 16, 2024

Conheça a K9, droga que preocupa autoridades de São Paulo e até o PCC

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Substância imita os efeitos da maconha com mais intensidade e teve sua venda proibida por facção criminosa; droga também é conhecida por “spike”, “efeito zumbi” e “piripaque do Chaves”

Mais de 1,3 mil usuários de drogas frequentam a região do Centro de São Paulo conhecida como Cracolândia diariamente, segundo dados da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Essa situação sozinha já preocupa o poder público há muitos anos. Mas uma nova substância que vem sendo introduzida no local causa ainda mais temores nas autoridades paulistas.

A K9, também conhecida como K2, K4 e Spice, é um tipo de droga com efeitos potentes e potencial de dependência ainda maior que muitas substâncias que já circulam entre a população. Entre medidas para impedir o tráfico nas cidades e dentro das penitenciárias paulistas, a K9 chegou a ter a venda proibida por membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).

O que é K9?

K2, K4, K9, Spice e Maconha Sintética são nomes populares que definem as substâncias químicas que agem nos mesmos receptores afetados pelo THC e canabidiol, presentes na maconha. Quem explica é o professor de Toxicologia do Centro Universitário UNA, Pablo Marinho. Ele explica que a substância imita os efeitos da cannabis sativa, mas de forma mais intensa.

“Os efeitos dos canabinoides sintéticos variam bastante. Eles alteram o comportamento e a fisiologia do organismo do usuário. No sistema central, a K9 causa agitação, psicose, irritabilidade, agressividade, alucinações, ansiedade e delírios. Já no sistema cardiovascular, ela provoca aumento da frequência cardíaca, aumento da pressão arterial, arritmias cardíacas e infarto agudo do miocárdio.

Náuseas, vômitos, febre e danos nos rins são alguns dos efeitos que também já foram registrados. Por conta desses efeitos tão intensos, a K9 chegou a ser apelidada de “efeito zumbi” e “piripaque do Chaves”.

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A K9 pode ser usada de diversas formas. A substância costuma ser pulverizada em cigarros e em papéis que são fumados ou dissolvidos debaixo da língua. O especialista explica que já foi registrado o uso em cigarros eletrônicos, enquanto a Polícia Civil de Minas Gerais informou que já encontrou a substância em vegetais que são queimados e fumados.

“Quando a droga é fumada, você tem um efeito muito rápido da substância no organismo. A utilização da droga fumada é uma forma onde os efeitos são mais rápidos e mais intensos, podendo levar a um efeito tóxico mais pronunciado nesse usuário”

Quais são os riscos da K9?

Apesar de ser considerada nova, a K9 já é reportada por diversos países desde 2008 e, até agora, já foram identificados mais de 200 canabinóides sintéticos, responsáveis por intoxicações agudas e até morte. O professor Pablo Marinho explica os riscos do uso da K9.

“Ela pode levar a uma intoxicação aguda, quadro de overdose, efeitos tóxicos no coração que podem inclusive levar ao óbito do. Alterações comportamentais como agressividade, irritação e comportamentos violentos também são comuns. Tudo isso pode levar o usuário a se envolver em brigas e quedas, tendo danos físicos.”

O professor de Toxicologia da UNA explica que, como toda droga, o uso a longo prazo pode acarretar em dependência química. No caso de abstinência, os efeitos desagradáveis se manifestam, como violência e irritabilidade. Pablo também ressalta que, por ser uma droga ilícita, o usuário não tem como saber a procedência e a qualidade da substância, aumentando ainda mais os riscos de overdose aguda e morte.

K9 em Minas Gerais

Com a droga se espalhando rapidamente por São Paulo, muitas pessoas podem se perguntar se a K9 já chegou em Minas Gerais. A Itatiaia entrou em contato com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MG) que informou, em nota, que tem apreendido diversos canabinóides sintéticos em Minas Gerais, com maior frequência a partir de 2021. A pasta não entrou em detalhes sobre o volume apreendido.

A Sejusp também informou que o setor de inteligência da Polícia Civil tem trabalhado para combater o tráfico de drogas em Minas, além de desenvolver agendas de prevenção às drogas, com foco em crianças e adolescentes. A Secretaria também faz parcerias com organizações civis para impulsionar ações contra as drogas.

FONTE:Itatiaia – Célio Ribeiro

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